Monday, December 11, 2006

O comunismo ainda vive, pelo menos nos museus e universidades


Com mais e mais Mercedes na rua, Maybachs à porta das discotecas da moda e Hummers a rodar pelo centro das maiores cidades, a China está cada vez mais capitalista. Mas alguma saudade dos tempos em que só havia três marcas de carros e o maior sonho era ter um Bandeira Vermelha ainda deve existir, pelo menos conservada no formol dos museus e da academia.

Por outro lado, só entra nos museus e nas faculdades de ciências sociais o que deixou de ser obvio e relevante, um dado no dia a dia. E como tal precisa de ser estudado, observado nos museus. Com cuidado, para não partir.

Mais de dois milhões de pessoas visitaram uma exposição que terminou em Pequim sobre a fundação do comunismo, enquanto uma universidade anunciou a criação de uma escola de marxismo.

A Universidade de Ciências Políticas da Juventude da China (UCPJC) criou escola de marxismo para fim de promover a pesquisa da ideologia e teoria do Partido Comunista da China (PCC), refere hoje a agência noticiosa oficial chinesa Nova China.

O novo centro de estudos, denominado Escola de Marxismo da China, vai dar realce, sobretudo, à investigação sobre as teorias políticas do PCC e à educação ideológica dos jovens do país, segundo fontes da UCPJC, instituição de ensino superior da Liga da Juventude Comunista da China.

A nova escola vai explorar “os novos horizontes do marxismo na China contemporânea”, diz a Nova China, adiantando que o centro quer também tornar relevante para a China a ideologia do PCC, a maior organização mundial, que atingiu os 70,8 milhões de membros no final de 2005.

Entretanto, em Pequim, mais de dois milhões de pessoas visitaram uma exposição sobre a Longa Marcha, o momento épico e mito criador da China comunista, um número que obrigou a manter aberta a exposição por mais quinze dias do que o previsto.

Durante cinquenta e seis dias, os visitantes fizeram fila para entrar no Museu Militar da Revolução Popular da China, no centro de Pequim, para visitar a exposição em memória da Longa Marcha de 1934 a 1936, quando o Exército Vermelho, retirando ao mesmo tempo que combatia as forcas nacionalistas do governo da então República da China , pré-comunista, percorreu cerca de 10 mil quilómetros a pé pelo interior do país em busca de um refúgio permanente.

No caminho, dizimados pela fome e pela doença, terão sobrevivido, segundo a mitologia comunista, cada vez mais descareditada pal investigaçào independente, apenas oito ou nove mil guerrilheiros de um total de 80 mil que iniciaram a caminhada.

Wednesday, December 06, 2006

Quando mudará a tradição? Chocante

Há gente decente que tem como trabalho defender estas barbaridades. O pai de um amigo meu de Pequim, alto funcionário público com extensa carreira internacional,está no meio de uma depressão, por ter de defender em público barbaridades como as de abaixo.

China secretly executes anti-dam protester

By Clifford Coonan in Beijing

Chinese officials have secretly executed a demonstrator who took part in a massive protest in 2004 against a hydro-electric dam in the south-western province of Sichuan, lawyers and family members said yesterday.

In a grim postscript to the summer of rural unrest that overtook China two years ago, Chen Tao was executed for "deliberately killing" a riot policeman during the demonstration, when 100,000 farmers staged a sit-in against the building of the 186-metre-high Pubugou dam on the Dadu river in Hanyuan county. The dam was set to flood thousands of people out of their homes and there were complaints that compensation was inadequate.

It was one of 74,000 "mass incidents" across the country that year - often-violent protests and riots over land-grabs, illegal pollution and official corruption. The scale of predominantly rural unrest prompted the Beijing government to introduce a number of measures aimed at reducing the wealth gap in China.

Chen was one of four men jailed after the huge demonstration. Cai Dengming, whose son was Chen's co-defendant, told the Reuters news agency that he had been executed.

"When I went to the Ya'an jail to visit my son this week, the officer there told me that Chen Tao had been executed," he said. His son, Cai Zhao, was jailed for life in the same case.

Another villager, Gao Qiansong, was jailed for three years for his alleged role in leading the protests against the dam, which will be the country's fifth-largest hydro-electric plant, with a capacity of 3.3 million kilowatts when it is completed in 2010.

The group's defence lawyer, Ran Tong, said he had only found out about the verdicts on Monday, when he received the sentence sheet containing the sentences of all the defendants.

"We were not able to defend our clients, and I strongly oppose the court not respecting the spirit of the law," he said.

The death sentence is carried out swiftly after conviction, generally by a bullet to the back of the head. China executes more people than any other country.

Nearly 10,000 People's Armed Police were sent to the dam site to stop the demonstrations. One policeman was killed. The protests led to a purge of local officials for corruption. The former vice-mayor of Ya'an, Tang Fujin, was accused of accepting 2.5m yuan (£260,000) in bribes.