O comunismo ainda vive, pelo menos nos museus e universidades

Com mais e mais Mercedes na rua, Maybachs à porta das discotecas da moda e Hummers a rodar pelo centro das maiores cidades, a China está cada vez mais capitalista. Mas alguma saudade dos tempos em que só havia três marcas de carros e o maior sonho era ter um Bandeira Vermelha ainda deve existir, pelo menos conservada no formol dos museus e da academia.
Por outro lado, só entra nos museus e nas faculdades de ciências sociais o que deixou de ser obvio e relevante, um dado no dia a dia. E como tal precisa de ser estudado, observado nos museus. Com cuidado, para não partir.
Mais de dois milhões de pessoas visitaram uma exposição que terminou em Pequim sobre a fundação do comunismo, enquanto uma

A Universidade de Ciências Políticas da Juventude da China (UCPJC) criou escola de marxismo para fim de promover a pesquisa da ideologia e teoria do Partido Comunista da China (PCC), refere hoje a agência noticiosa oficial chinesa Nova China.
O novo centro de estudos, denominado Escola de Marxismo da China, vai dar realce, sobretudo, à investigação sobre as teorias políticas do PCC e à educação ideológica dos jovens do país, segundo fontes da UCPJC, instituição de ensino superior da Liga da Juventude Comunista da China.
A nova escola vai explorar “os novos horizontes do marxismo na China contemporânea”, diz a Nova China, adiantando que o centro quer também tornar relevante para a China a ideologia do PCC, a maior organização mundial, que atingiu os 70,8 milhões de membros no final de 2005.

Entretanto, em Pequim, mais de dois milhões de pessoas visitaram uma exposição sobre a Longa Marcha, o momento épico e mito criador da China comunista, um número que obrigou a manter aberta a exposição por mais quinze dias do que o previsto.
Durante cinquenta e seis dias, os visitantes fizeram fila para entrar no Museu Militar da Revolução Popular da China, no centro de Pequim, para visitar a exposição em memória da Longa Marcha de 1934 a 1936, quando o Exército Vermelho, retirando ao mesmo tempo que combatia as forcas nacionalistas do governo da então República da China , pré-comunista, percorreu cerca de 10 mil quilómetros a pé pelo interior do país em busca de um refúgio permanente.
No caminho, dizimados pela fome e pela doença, terão sobrevivido, segundo a mitologia comunista, cada vez mais descareditada pal investigaçào independente, apenas oito ou nove mil guerrilheiros de um total de 80 mil que iniciaram a caminhada.