Obrigado pelas memórias
“O Independente” acabou hoje. Aqui na China, o tribunal mandou ontem prender, por cinco anos, o jornalista Ching Cheong. Ching é natural de Hong Kong e correspondente do jornal “The Straits Times,” de Singapura.
Num julgamento de 20 minutos, à porta fechada, o tribunal concluiu que Ching era um espião de Taiwan. Por cinco anos, 20 minutos e mesmo assim à porta fechada. Um amigo meu russo aqui em Pequim gosta de dizer, quando fala da terra dele e já bebeu uns copos a mais, que “a democracia não é um presente. É um prémio.”
Às vezes em Portugal a gente esquece-se. Mas sabe bem, a liberdade. E, como no caso de “O Independente” dos verdes anos, ainda sabe melhor quando é bem escrita. Obrigado pelas memórias.
4 Comments:
Perdoe-se a ousadia num dia de tão alargado consenso, mas não sentirei fallta do Independente. Estava clinicamente morto, ligado artificalmente à máquina.
Quanto aos velhos tempos… Como todos os mitos, a memória prega partidas e distorce a realidade. A avaliar pelo que hoje se tem lido, dir-se-ia que o Independente foi o jornal de uma geração. Não foi!
Nasceu como um pasquim, sobreviveu como um pasquim e morreu como um pasquim.
«Movimento de Libertação da Sandálias da Universidade Nova»
Nem mais.
Pasquim. Mais, quase o perfeito exemplo de pasquim.
Abraços e boa noite.
José de Alencar
Santarém
Você é jovem e generoso. Mas leia o "Minoritário" na " Minha Rica Casinha" e matute um bocadinho...
Como você diz - bem - a liberdade é saborosa. Convém não confundir quem a cultiva com quem a usa sem criterios "ecológicos"...
Sofia Benevides
R.I.P.
Já tinha dado o que podia... e o que não podia.
Era cadáver e não tinha ainda reparado.
Mas tenho alguma pena. Sempre foi um jornal da minha juventude... sniff...
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