Saturday, August 26, 2006

White - But not Quite

É assim. Ainda mal comecei e já estou a fugir com o rabo à China. Mas hoje sinto-me teórico. Este blogue tem sobretudo a ver com a China, mas os estudos de pós-colonialismo têm-se dedicado também a outras áreas dos antigos impérios. As imagens deste post, com título roubado a Homi Bhabha, são de “Imperial Leather. Race, Gender, and Sexuality in the Colonial Contest” de Anne McClintock, um livro genial.


O título é baseado no sabonete com o mesmo nome http://www.imperialleather.co.uk/, e que ainda hoje promete aos consumidores “um mundo de luxo.” O sacana do sabão cheira que é uma maravilha, por acaso, e tenho cá em casa duas dúzias deles, apesar do sabonete ser herdeiro de uma tradição pouco recomendável. Por vezes, o meu activismo é mais na base do 31 de boca, infelizmente.

Voltando ao livro. Usando, entre outros o exemplo do Imperial Leather, Anne McClintock, entre outras coisas, relaciona a expansão colonial britânica com a abertura de novos mercados (Guerra do Ópio, anyone?) disfarçada de missão civilizadora.

McClintock, apesar de dar um bocado de tanga, e de regar um bocado as coisas com calão pós-modernista e desconstrutivista que por vezes dá sono, descreve de forma bestial como os povos das colónias eram tratados como uns miúdo bacanos, que, com o “esforço do homem branco” um dia poderão ser quase como britânicos. Até lá, não podem ter poder político e económico algum. Propriedade da terra nem pensar. Escolher onde vivem (Chinatown, anyone)? Muito menos. Mas podem comprar produtos britânicos, se alguma vez quiserem ser tratados como seres humanos. Que é assim como quem diz, brancos.

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