O Ocidente é vermelho!
Bem, uma vez no Carnaval de Torres Vedras vi um cão a andar de triciclo, mas nesta é que ainda me custa acreditar.
A cadeia de hipermercados Wal-mart, bastião e símbolo brilhante do capitalismo norte-americano, acaba na China de abrir as portas – e até pagar a renda – ao infiel. O Wal-mart da cidade chinesa de Shenyang, o Barreiro da cintura industrial do nordeste da China, passou a ter lá dentro um escritório do Partido Comunista.
Aliás, o PC trouxe atrás a tralha toda do costume, incluindo a Liga Comunista Juvenil e o sindicato, que, espera-se, defenda melhor os trabalhadores de Shenyang do que fez no passado.
A triste ironia é que, com o fecho das indústria pesadas da cidade, os trabalhadores industriais de Shenyang passaram quase de um dia para o outro de poster-boys da economia planificada socialista, beneficiando da correspondente protecção social do estado do berço ao cemitério, à boa maneira comunista, para as ruas do desemprego sem qualquer protecção social.
O PC sai então da basílica da produção e entra na catedral do consumo? Convenhamos que é um ajustamento estrutural interessante…
Agora a questão é se o Wal-mart vira vermelho ou se é o Partido que vira Wal-mart, como acontece muitas vezes na China. Eu aposto na segunda. Um dos meus vizinhos é um influente quadro do partido aqui no bairro e guia um Audi A8. E pelas horas a que eu o vejo a passear o cão, não deve trabalhar muito. O luxo…
PS – A Fortune deste mês traz um artigo que diz que o Wal-mart se está a converter ao ambientalismo. Está tudo doido? Será que a mulher de Fidel Castro compra o roupão online, no catálogo da Victoria’s Secret?
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